A Semana Roseana.

( tudo, aliás, é a pontinha de um mistério.
Guimarães Rosa)

Cordisburgo é uma cidade maior do que eu imaginava. Casinhas simples, fogão a lenha, e um encantamento único: é a cidade de Guimarães Rosa.

Não somente pela força do nome que se prolifera - Dora Guimarães, Vicente Guimarães e outros tantos Guimarães - mas porque é, de fato, a cidade de Rosa: nos jardins e janelas, nos muitos cartazes de boas-vindas, nas parades, na estrada de ferro, no museu, no boi que pasta.

Uma cidade de barro e bois-pretos, ladrilho e gentilezas.

E na realidade cotidiana, a força do escritor é vivenciada como fato concreto, na compreensão silenciosa que cada habitante parece ter.

Na alegria imensa com que fomos recebidos - os primeiros hóspedes! - na pousada deliciosa do paulistano-acadêmico-poeta-anfitrião Sêo Natalino, nas estórias contadas pelos pequenos Miguilins, na apresentação da Guarda da Nossa Senhora do Rosário, nos "recados do morro" do Grupo Caminhos do Sertão, tudo impressiona pela delicadeza e pelo encontro.

São sertanejos, como Guimarães, minha avó, meus pais. São os organizadores da festa, os primeiros fãs. E falam a língua de Guimarães, suas veredas. Nos cartazes na escola, na poesia de Sêo Natalino, no bar, nas vendas, nos bares, ruelas, avenidas.

Nós, famigerados que somos, reafirmando desejos e mistérios, esperando as estórias de Miguilin, as paixões de Riobaldo e os milagres de Nhinhinha, vamos, saudosos de ficar.

Dan e a máquina de escrever de Guimarães Rosa - Museu Casa Guimarães.

Jac, Estação ferroviária de Cordisburgo.