um pouco mais de nós.

"Queremos fazer do teatro uma realidade na qual se possa acreditar, e que contenha para o coração e os sentidos esta espécie de picada concreta que comporta toda sensação verdadeira.”
A. Artaud

            A Famigerada Cia. de Teatro é uma reunião de artistas criadores e parceiros e suas pesquisas individuais e coletivas na construção de um teatro que (re) considere a realidade e suas possibilidades de subversão, e que surgiu a   partir das nossas experiências (terríveis, mas excelentes) dentro da Faculdade Paulista de Artes com o saudoso Grupo Woyzeckianos.

              Inspirados em grupos como o Ói Nóis Aqui Traveiz e a Cia. do Latão, coletivos com características políticas e projetos artísticos e pedagógicos bem definidos, a Famigerada Cia. pretende construir sua identidade na integridade de seus experimentos, pesquisas cênicas e reflexões sobre o teatro e a humanidade contemporâneas.

              Pretensão-resquício dos Woyzeckianos, com quem pudemos descobrir as vezes "uma coisa é e também não é", e criar um espetáculo belíssimo e profundamente lírico: Woyzeck, apresentado no Teatro Ruth Escobar, na Mostra de Artes Cênicas de 2008. 

              Do alemão Georg Büchner, Woyzeck é o primeiro protagonista miserável na história da literatura dramática, uma obra-prima sobre como a luta pelo poder e o sistema de opressão do homem contra o homem é capaz de desestruturar e ridicularizar a humanidade.

              Na mesma Mostra apresentamos O Mambembe, de Arthur Azevedo, a partir de  referências da comédia popular brasileira e com um projeto musical que mais tarde serviria de inspiração para o espetáculo Burundanga, de Luís Alberto de Abreu. 

             No ano seguinte estreamos A Comédia do Trabalho, criação coletiva da Cia. do Latão com dramaturgia de Márcio Marciano e Sérgio de Carvalho, uma comédia com a marca política da Cia, que pesquisa os estudos do dramaturgo alemão Bertolt Brecht.

             Após a estréia deste espetáculo épico na Mostra da FPA, fomos selecionados para participar do Festival Estudantil de Teatro de Belo Horizonte, o FETO – 2009, onde conquistamos o prêmio de “Melhor Produção” em nome de Joice Tavares, além de recebermos a indicação para o prêmio de “Melhor Conjunto de Atores”, e de podermos debater e entrar em contato com as idéias de importantes companhias de Minas Gerais.

              Com  a conclusão do curso, decidimos oficializar o projeto de um teatro que reflita as angústias humanas, invariavelmente sociais e políticas, e encontramos na obra de Guimarães Rosa as possibilidades de reflexões que surgem no âmbito regional e alcançam a universalidade.

            No início do ano, ocupamos uma sala na Oficina Cultural Amácio Mazzaropi e iniciamos uma pesquisa séria acerca do universo do escritor mineiro, levando adiante os estudos anteriores sobre as pesquisas cênicas de Eugênio Barba, Jerzy Grotowiski, e Antonin Artaud. 
             
             Depois, é o que se sabe.
             

Evoés famigerados!